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20/01/2024
O que a ciência diz sobre a longevidade de cachorros grandes e pequenos

A expectativa de vida dos pets é uma das grandes preocupações dos tutores. Quem tem ou teve cachorros provavelmente já ouviu que as raças menores apresentam maior probabilidade de viver mais e de forma mais saudável.

A médica-veterinária e fundadora da Pet Care, Carla Alice Berl, afirma que esta é uma verdade identificada no dia a dia. “Uma raça gigante, acima de 50 kg, costuma viver por menos anos do que uma pequena”, completa a especialista, acrescentando: “Só que um golden retriever, por exemplo, tem maiores chances de desenvolver câncer do que um pastor”.

Um novo estudo, conduzido por biólogos, veterinários e estatísticos de sete instituições americanas oferece evidências sobre essa percepção. O artigo, com título Dog size and patterns of disease history across the canine age spectrum (“Tamanho do cão e padrões de histórico de doenças em todo o espectro de idade canina”), concluiu que o porte do cão certamente afeta sua expectativa de vida.

As doenças com maior risco de óbito, por exemplo, são mais predominantes nos cachorros de maior porte. “Cachorros maiores tendem a viver menos. Adicionalmente, diferentes tamanhos de cães tendem a manifestar diferentes doenças (…) por exemplo, raças grandes morrem mais frequentemente em consequência de problemas musculoesqueléticos e gastrointestinais”, escreveram os cientistas no estudo.

Enquanto outros fatores não afetaram a expectativa de vida dos animais, como se os cães eram de raças puras ou vira-latas, o peso foi tido como determinante para diminuir ou aumentar riscos de males diversos.

Os cachorros grandes tendem a desenvolver doenças ósseas, gastrointestinais, infecciosas, endócrinas, neurológicas, cânceres e problemas de nariz, garganta e orelha. Já os menores, com menos de 10 kg, são mais propensos a apresentar males oculares, cardíacos, respiratórios e relacionados ao pâncreas. Há também um número menor de doenças, como as urinárias e as renais, cuja ocorrência não varia de acordo com o peso.

A pesquisa, publicada no periódico científico Plos One nesta quarta-feira (17/01), teve como base um compilado de informações de 27.541 cachorros de 238 raças que moram com seus donos nos Estados Unidos. Os dados vieram de um banco aberto alimentado por donos de pets e usado para pesquisas científicas, o Dog Aging Project.

Os pesquisadores, liderados pela bioestatística Yunbi Nam, da Universidade de Washington, identificaram quais doenças se apresentaram como mais comuns dentre todos esses cães. Depois, cruzaram as informações com as de sexo, tamanho (dividindo-os em cinco categorias de peso), local onde vivem e se são de raças puras ou vira-latas.

Para a veterinária Carla Alice Berl, da rede Pet Care, o estudo teria um deslize. “Senti falta de informações de raças específicas, pois a situação varia demais dentre cães do mesmo peso”, aponta e adiciona: “Cães braquicefálicos [conhecidos pela cabeça de formato achatado e o focinho encurtado], como os buldogues, nascem já com muito sofrimento, com vários problemas, como os respiratórios”. Por isso, segundo a especialista, essas raças, mesmo que de pequeno porte, têm expectativa de vida similar à das maiores.

O estudo publicado na Plos One é dataísta. Ou seja, restringe-se a apresentar os dados encontrados, sem procurar razões, biológicas ou não, para a diferença de expectativa de vida de cães maiores e menores.

“O que ocorre com os cachorros é estranho. Entre mamíferos, usualmente os maiores animais [como os elefantes, que morrem por volta dos 60 anos de idade, seis vezes mais que os cães], vivem mais, e isso tem a ver com a taxa de seus metabolismos. Em tese, o mesmo deveria ocorrer com os cães”, diz a bióloga Frietson Galis, do Centro de Biodiversidade Natural, museu de história natural localizado em Leiden, na Holanda.

Galis é autora de um estudo publicado em 2006 e que se tornou referência na área. No título do artigo, que é também uma das bases teóricas da nova pesquisa publicada na Plos One, pergunta-se: “Cachorros grandes morrem novos?”

Ao longo de sua investigação, a cientista utilizou uma base de dados veterinários para rastrear quais raças vivem mais ou menos. Chegou à seguinte conclusão, segundo ela própria: “Tem ligação com a seleção artificial feita por humanos para obtermos cachorros maiores”.

De acordo com suas conclusões, os cruzamentos de raças feitos por criadores ao longo dos últimos séculos privilegiaram animais que crescem rápido, obtendo grande porte.

Fonte: Portal Cães e Gatos Vet Food, de National Geographic, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.

 
 
 
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